Fiquei magoado, não por me teres mentido, mas por não poder voltar a acreditar-te.
Por ser uma das dores mais difíceis de suportar, a traição pode mesmo ser superada?
Ontem fui assistir ao espetáculo TRAIÇÃO, no Centro Cultural Solar de Botafogo, onde ficará até o dia 12 de abril. É um texto fantástico do teatrólogo inglês Harold Pinter, que eu adoro e que morreu na véspera de natal de 2008. Uma grande perda para o teatro.
Sou uma apaixonada pelo estilo Pinteresco. “Ele tem a capacidade de criar situações em que personagens normais, em suas vidas cotidianas, são colocadas repentinamente frente ao inesperado”.
A montagem está excepcionalmente bem dirigida por Ary Coslov, o que faz com que seja mais do que merecido, o premio Shell de melhor direção dado. O espetáculo também está muito bem representado pelos atores Isabella Parkinson, Leonardo Franco e Isio Ghelman, um cenário assaz criativo de Marcos Flaksman, alem de uma luz, de Aurélio de Simoni, que soma de forma linda as marcações dadas por Coslov.
Como é bom assistirmos a um belo espetáculo ainda mais se o texto nos faz ficar pensando para alem das paredes do teatro.
O fato é que, não se consegue assistir a montagem de um texto como esse sem que saiamos pensando no assunto e revendo as lembranças de tudo que você já viveu na vida.
Novos questionamentos são feitos e discutidos. E a pergunta paira: conseguimos mesmo perdoar uma traição?
E quando ela é dupla? Quando um dos lados deveria ser o de maior confiança na vida, um(a) amigo(a)?
Li na semana passada no jornal, que o que mais se fala sobre a novela de Glória Perez é justamente esse assunto da melhor amiga que “rouba o marido”.
Não recomendo essa experiência a ninguém. Parece que o mundo gira de tal forma que você será cuspido para fora dele, tamanha a força centrífuga que seu estômago fabrica.
A sensação de ser apunhalada pelas costas e a consciência de saber que, dificilmente, quem trai se arrepende é avassalador.
A violação da regra que, supostamente, aquele casal estipulou. A violação da verdade e da confiança.
A perfídia de, deliberadamente, praticar o ato de deslealdade sem dimensionar o resultado dessa atitude.
É extremamente perverso.
E o pior é o que vem depois, a divisão entre abrir mão do amor que você sente pelo outro em detrimento do amor por si mesmo.
Sim, porque uma traição dessas coloca em cheque todos os conceitos a respeito de si próprio e suas escolhas. Buscas desenfreadas dos erros que você possa ter cometido para receber esse “castigo”.
E não existe nenhum, apenas ter confiado e nunca ter conjeturado que a perversão poderia bater a sua porta.
Adoraria ouvir de vocês, suas experiências e opinião a respeito desse tema.
E termino, citando Athur Miller: BETRAYAL IS THE ONLY TRUTH THAT STICKS.
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