LIXO FORA

É assustador, o volume de lixo que se faz no Planeta, sem que se faça nada para mudar o quadro.

Com o advento da informática então, o lixo piorou. Muito rapidamente nossos computadores se tornam obsoletos e mais peças são jogadas fora, fabricando mais lixo.

Há muito que adquiri o habito de usar apenas o laptop. Pelo menos resistem mais tempo sem se tornarem antiquados.

Os desks são mais favoráveis a essa mecânica de aumento de lixo.

Os fabricantes de eletrodomésticos só pensam no consumismo desenfreado e fabricam aparelhos cada vez mais frágeis, nos obrigando a comprar mais e por conseqüência fabricar mais lixo.

Fico revoltada toda vez que quebra algo na minha casa que o técnico diz: não adianta, a senhora vai gastar mais para trocar a peça do que para comprar um novo.

Isso me deixa furiosa.

E para onde vai o velho que com a troca de uma pequena peça pode funcionar muito bem por mais tempo?

Para o lixo.

Quer dizer, as vendas acima de tudo…

Há alguns anos estava eu na única loja de sucos e sanduíche que freqüento, a Balada (preciso abrir esse parêntese; fui a inauguração da Balada, uma verdadeira novidade lá pelo ano de 1972 e ainda permaneço como fiel freguesa. A Balada é incorruptível. Os sanduíches continuam do mesmo farto tamanho, os sucos da fruta fresca e deliciosa de sempre. Coisa rara no Rio de Janeiro que destrói todos os seus ícones, vide sorveteria Morais) e tinha uma mulher acompanhada de sua filha de aproximadamente uns 6 anos.

Chovia muito e todos nós que estavam por ali, “presos” por causa do volume das águas subindo pelas calçadas. As always.

E a menina tomava um gole de suco e pegava um guardanapo, enxugava a boca e o jogava na calçada. Eu vi o primeiro, o segundo e no terceiro não me contive e falei para a menina, fazendo uma personagem meio “tia” primária. Quase cantando e dançando na chuva para tornar o texto mais interessante.

– Alem de você estar gastando muito papel e papel vem da árvore, você não pode jogar esse papel no chão, pois ele vai para o bueiro que entope e causa o que estamos vendo. Tudo alagado e a gente preso aqui sem poder sair.

A mãe ficou indignada e falou de forma muito grosseira que eu não tinha nada que ver com isso e que não permitia que eu interferisse na educação da filha dela.

Educação? Deseducação, isso sim.

Como eu não tenho nada com isso. Sou habitante do mesmo Planeta e como sendo minha casa também, tenho alem do direito, o dever de exigir respeito com a minha casa.

Essa mulher era, claramente, uma pessoa de elevado nível socioeconômico.

Imaginem só…

E assim continuamos (des)educando o povo. Porque essa criança cresce com esse modelo na cabeça. E o pior, na maioria das vezes, ensina seus filhos da mesma forma.

Não tem perigo d’eu sair na rua e não vir alguém jogando lixo no chão. Mas não tem um dia que eu não assista essa cena.

E é um impulso tão fácil de ser controlado, não?

Vocês já devem ter passado por ônibus que as pessoas jogam latas de refrigerante pela janela?

Todo os dias eu vejo uma cena dessas.

E dos carros em alta velocidade, nos fins de semana, o lixo predileto são as garrafas de cerveja.

Vamos sempre estar atentos, cada um de nós pode fazer algo.

Não fabrique tanto lixo e não jogue lixo na rua. Se vir alguém jogando lixo fora, reclame. Pense que esse sujeito está desrespeitando a sua própria casa.

 

 

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