Quando a televisão chegou ao Brasil em 1950, a regra básica de concessão era a informação e não o entretenimento. Portanto, a TV foi criada para ser, acima de qualquer outro aspecto, um veículo para levar informação ao povo. Ou seja, ela tinha um compromisso social importantíssimo.
É certo que a informação pode ser dada de muitas formas e sem dúvida, utilizar a diversão é a melhor, pois você consegue atenção maior. Então ela passou a cumprir seu papel com entretenimento.
Imagine que para o nosso povo, numa desigualdade social como a que vivemos, a TV se torna o teatro, o cinema e muitas vezes a sala de aula.
É uma pena, pois o ideal seria que nosso povo tivesse contato com a TV sem que fossem ceifado o contato com os outros tipos de veículos, mas isso é um outro assunto.
Nós produtores de teatro e atores, estamos lutando para a melhoria da lei dos 50% nas bilheterias.
Hoje em dia, essa lei nos obriga a vender a meia entrada, para diversos segmentos, que na verdade não precisariam desse desconto.
E não solucionamos o problema do nosso povo ir ao teatro.
Esse assunto sobre a meia entrada é muito complexo e vou querer conversar sobre ele com mais profundidade, então vamos deixar para depois. O que quero agora é mesmo falar da qualidade do que apresentamos na nossa TV.
É certo que a cada dia, a necessidade de se nivelar, por baixo, a programação televisiva em busca da audiência virou uma regra e com isso a qualidade que um dia alcançamos está correndo seríssimo risco de se perder, isso sem falar do total esquecimento da regra básica para que foi criada – a informação.
Boa semana para todos.