NÓS NÃO FOMOS FELIZES, NÓS NÃO FOMOS TRISTES

Essa é uma das frases maravilhosas do dramaturgo Daniel Macivor para o texto de In On It.

“Nós não fomos felizes, nós não fomos tristes”.

Quantas relações que nos faz chegar a essa conclusão de que apenas conseguimos nos manter longe da tristeza?

A discussão é bem instigante, mesmo porque, podemos pensar que isso também é uma espécie de felicidade.

A confusão se estabelece de forma clara. Alias, se torna a única coisa clara.

Nesses momentos é que, em nome do que queremos alcançar, essa tal felicidade, é que quebramos o ciclo vicioso a que nos submetemos.

Resumir do que se trata a peça é difícil, pois a vida é muito complexa, mas podemos chegar perto dizendo que se trata de amor e morte, desejo e perda, realidade e instabilidade; e assim por diante numa infinita gama de nomenclaturas.

Coisas que vão mudando a cada instante.

Em alguns momentos a dinâmica do texto nos remete ao universo de Pinter, naquele rewind e fast foward constante.

É uma porrada que se leva de uma aposta que se estabelece como num jogo sexual, em que se implora pela porrada.

Foi assim que me senti ontem, assistindo In On It.

Sensacional é o mínimo que se pode falar do espetáculo.

Teatro é isso: texto e ator. Simple like that.

Enrique Diaz vem dar aos atores e ao texto os códigos para a liberdade. Criou situações de uma genialidade ímpar. É fantástico ver aqueles diálogos sendo ditos para uma espécie de câmera imaginaria que também é a platéia, são as paredes do teatro, é a luz, são as portas, até de nós mesmos.

E não poderia ser defendido por outra dupla de ATORES que não Emílio de Mello e Fernando Eiras.

Com que tranqüilidade esse dois atravessam essa corda bamba. E sabe-se lá com que dificuldade interna se colocam tão plenos no palco.

Mesmo tendo passado mais de 15 horas da investida impetuosa a que fui sentenciada em In On It, a sensação continua permeando toda a minha alma.

Não é daí que nasce a harmonia, do caos absoluto?

E como Macivor diz, “tem coisas que terminam e outras que param”

DIVÃ

Acabo de sair da pré-estréia do filme Divã.

Me lembro quando o livro foi lançado e a comoção que causou. Li e não me envolvi totalmente com ele, justamente por eu ser essa cabeça analisada há + de 30 anos e certamente sem possibilidade de alta por um bom tempo, assim espero.

Mas ele não tem a pretensão de ser um tratado de psicanálise e como tal cumpre um papel muito bacana. Cheguei a conversar com a Marta (Medeiros, autora) sobre isso e entendi perfeitamente o que ela queria escrevendo-o. Aliás, ela é uma pessoa adorável.

E o livro fez seu caminho tão bem que chegou ao teatro num excelente monólogo e agora no cinema.

Tanto no teatro quanto no cinema, foi defendido pela esplendida atriz Lilian Cabral.

Adorei ver o Zé (Mayer), meu eterno curraleiro (são aqueles peões que vivem num curral mesmo), como o chamo carinhosamente, Gleyser (sensacional, como sempre), Alexandra Richter está fenomenal, Gianecchini só vem provar cadê vez mais, que caras deslumbrantes também podem ser excelentes atores, assim como Cauã Reynold. Parabéns Zé Alvarenga pelo seu filme, é um espetáculo.

Eu ri muito e chorei muito também e saí feliz de ter visto, cada vez mais, o nosso cinema bom sem precisar de um tiro ou mostrar nossas penúrias.

Não percam.

https://youtu.be/qvyu7TVwdx0

ESTAR SOZINHO

Gostei muito das colocações de todos vocês sobre a pergunta dos muros da favela.

São apartes brilhantes e que falam justamente do que nos é necessário que é uma boa educação. Isso sim é a solução.

Agora vamos mudar um pouco de assunto.

Recebi reclamações de que meus textos são muito sérios. Que injustiça, afinal, no final do texto da traição, coloquei um vídeo que trata do assunto de forma tão criativa e engraçada.

Estou reflexiva mesmo e faz tempo. Estou numa fase de grande mudança e me adaptando a elas. Sendo assim, os textos acompanharão esse momento mais profundo.

Estou tendo a experiência de novos movimentos e devo respeitá-los, alem de ter sido sempre uma pessoa que se dedicou a não ficar na superficialidade.

Se esperam, que eu vá ficar contando o meu dia a dia com fotos de quem encontro pelo caminho, vai ser difícil eu satisfazer vontades. Não sou assim. E nem critico quem seja. Acho um talento contar o dia a dia de forma interessante. Eu apenas não consigo.

Claro que quando vou a algum lugar que me comove com qualquer detalhe, estarei falando sobre isso, como fiz com diversos filmes, algumas peças de teatro e shows que comentei aqui. Mas sempre terão uma forte ligação com algo que eu tenha vivido e que naquele momento me tocou. Assim faço também com alguns lugares pelo mundo que visitei nos últimos tempos e mostrei para vocês.

Antes que surjam dúvidas, sobre os textos que venho escrevendo, não necessariamente estou vivendo aquilo, mas de certo, em alguma hora eu vivi e quando vejo algo que me remete aquela experiência, decido fazer a ponte.

Então não pensem que fui traída recentemente. Já traí e já fui traída algumas vezes na vida, mas não aconteceu agora. Antes que vocês comecem a escrever de volta para que eu pare de chorar e que a vida vai ser melhor etc., não estou vivendo esse amargor agora e tão pouco estou chorando ou sofrendo.

Embora eu seja do tipo que se arrependeu muito de ter traído, o que é raro, computo a esses “desvios”, minha pouca idade na época e por conseqüência a minha pouca visão da dimensão do ato. Tenho certeza que isso não mais faz parte do que construí para mim.

Levo mesmo a sério essa conversa de causa e efeito.

“A maturidade começa a se manifestar quando sentimos que nossa preocupação com os outros é maior que por nós mesmos”. (Albert Einstein)

E quanto a ter sido traída, já provei diversas formas dessa aleivosia, mas nenhuma delas foi tão impactante quanto ter sido traída, por uma grande amiga (pelo menos eu a considerava), dentro da minha própria casa. E é justamente isso que a peça traição trata e por isso foi tão marcante.

No post de hoje, estou falando sobre estar sozinha e como essa escolha pode ser tão rica.

Antigamente a cada relação terminada eu já tinha na mira outra que se encaixava rapidamente. Com o passar dos anos e a maturidade, essa necessidade mudou de foco.

Os momentos que escolho ficar sozinha, são de grande valia para preparação dos momentos em que escolho estar com alguém, dividindo, de fato, algo que seja relevante. Porque se assim não o for, não valerá à pena.

Podem ter certeza de que é opcional e muito bem arquitetado.

Uma boa semana para todos.

 

Italianas ameaçam deixar maridos ‘fogueteiros’ sem sexo.

Elas não queriam que eles soltassem fogos de artifício no réveillon.
Ainda não foi divulgado se iniciativa na cidade de Nápoles teve sucesso.

Um grupo de italianas de Nápoles ameaçou deixar seus parceiros sem sexo caso eles soltassem fogos de artifício na noite de Ano Novo. Elas chegaram inclusive a dar um nome para esse movimento: “Se Spari, Niente Sesso” (“se ‘atirar’, nada de sexo”, em tradução livre).

O objetivo, disseram, era evitar que as comemorações de fim de ano usassem fogos. Ainda não foi divulgado se a iniciativa das mulheres teve sucesso ou não.

Carolina Staiano, uma das criadoras do grupo, afirma que seu pai ficou com os movimentos do corpo comprometidos por conta de um acidente com fogos de artifício. Isso serviu como motivação para que a mãe de duas crianças reunisse outras mulheres e tentasse reduzir o problema.

Os fogos de artifício, geralmente caseiros ou importados, são muito populares na Itália e principalmente em Nápoles. Mas isso desagrada Carolina e as integrantes de seu grupo. “Há outras formas de comemorar. Se os homens não entendem isso, as mulheres devem mandá-los dormir no sofá”, continuou.

Taí algo interessante, porque não tem nada mais ridículo do que soltar fogos. É uma das maiores demonstrações de egoísmo existentes. Você subjuga o outro a ficar moco com o barulho que você está provocando.

E os animais coitados. O sofrimento deles é terrível. Um cachorro, por exemplo, enquanto você ouve de 10hz a 20.000hz, ele ouve de 10hz a 40.000hz. Ou seja ele é capaz de ouvir coisas que seu ouvido não é capaz, mas tudo que o seu ouvido ouve ele ouve muito mais alto que você. Eles podem inclusive, detectar sons a distância 4 vezes mais que você. Agora você consegue imaginar o que é o barulho ensurdecedor dos fogos dentro do ouvido deles. E tem mais, nós sabemos que colocando fogo naquela geringonça ele vai explodir e fazer o barulho. Eles não conseguem entender de onde vem aquele barulho, então eles entram em pânico. Nas vezes em que muitos gogos são acionados, uma quantidade enorme de cães morrem, ou de ataques cardíacos, ou por fugirem por medo e serem atropelados, ou nunca mais encontrarem o caminho de casa. Tem cães que se jogam pela janela de prédios.

Enfim, eu também não consigo entender porque barulho tem que ser associado a alegria. Carros que passam com som altíssimo, geralmente com músicas horrorosas, gente que escuta TV ou rádio muito alto e que todos os vizinhos são obrigados a ouvir a mesma programação que aquele ser mal educado, ou mesmo conversas de voz alta.

Já repararam como as pessoas são extremamente mal educadas falando ao telefone celular?

O que me interessa ouvir a sua conversa, isso e uma invasão ao meu espaço.

Aí está o cerne da questão, não saber viver em comunidade. Não respeitar o espaço do outro.

Apoio totalmente a atitude das napolitanas. E adorar que existisse leis mais rigorosas contra o uso de fogos de artifício que fazem barulho.

MUROS

Se fizermos um apanhado das razões por que tantos muros já foram construídos no mundo, chegamos a conclusão que eles só acentuam o problema pelo qual foram arquitetados e não a solução, reafirmando a segregação.

Tomei um susto, nesse sábado, quando vi a construção de muros em volta da favela da Rocinha (onde sou vizinha),  para que sejam respeitadas as normas de não destruição de matas e proliferação de construções irregulares.

Não sei mais aonde chegaremos com essa guerra civil que estamos enfiados, que a essa altura, me parece mais próxima da Faixa de Gaza do que nunca esteve.

Vamos analisar juntos alguns muros:

Em 220 AC deu-se o início da construção das Muralhas da China que tomaram mais de dois milênios para sua finalização. Por questões puramente militares, elas foram arquitetadas durante a China Imperial. Por sorte, hoje simbolizam parte importante do turismo chinês.

Essa obra magnânima, entretanto, não impediu as incursões de mongóis, xiambeis e outros povos que ameaçaram o império chinês ao longo de sua história. Por volta do século XVI perdeu a sua função estratégica, vindo a ser abandonada.

Ou seja, adiantou toda o gasto de material e as milhares de vidas disperdiçadas na construção dessas muralhas?

No período entre 476-1453 surgiram os famosos Burgos – imensas muralhas construídas em volta de residências feudais – que tinham a desculpa de serem erguidos em volta dos castelos medievais para a defesa de suas terras dos ataques dos povos bárbaros que começavam a firmar suas bandeiras em território europeu. Era a época do final do Império Romano e inicio da Europa dividida. A Europa que nasceu a partir daí com várias línguas e culturas diferenciadas e deixou de ser aquele Império Romano, o Império do latim.

Dentro dos muros, alguns escolhidos viviam por fazer parte dessa corte, e do lado de fora milhares se aglomeravam, colados aos muros, como servos aos senhores feudais, trabalhando nas lavouras de seus senhores, em troca de proteção.

Assim nasce a burguesia, mola propulsora do capitalismo.

Adiantou fazer muros em volta dos feudos? A Europa deixou de ser invadida?

O muro de Berlim (construído em 1961) simbolizava a divisão do mundo em duas partes e não somente Berlim. E durante 28 anos foi o maior símbolo da divisão democrática do mundo e sua queda o maior símbolo do fim da Guerra Fria.

O Presidente Kennedy apesar de ser contrário ao muro, mandando inclusive, o vice-presidente Lyndon Johnson à Berlim para protestar contra a construção do mesmo, proferiu sua opinião, dizendo: “A solução não é muito linda, mas mil vezes melhor do que uma guerra”.

Não se tem um número exato dos tantos que morreram por tentar ultrapassar do lado oriental para o ocidental, mas não foram poucos.

Impediu-se do capitalismo imperar?

EUA, em 1994, resolvem começar a construção de um muro entre o território americano e o México para coibir a entrada ilegal de imigrantes e drogas no país.

E ontem mesmo, a secretária de Estado, Hillary Clinton, admitiu que a construção desse muro não vai solucionar o problema da entrada ilegal de estrangeiros e muito menos o de drogas.

A pergunta não quer se calar. Quanto se gastou para fazer os 965 km já construídos?

Quanto vai se gastar ainda, para construir os 112 km que ainda restam?

Esse dinheiro não poderia ser gastos em ações mais relevantes?

Em 2002, Israel começa a construção do muro entre seu país e a Cisjordânia. Estamos presenciando os efeitos de conter a violencia na região através de um muro…

Agora o Rio de Janeiro, governado por Sergio Cabral Filho,  aderiu a forma e deu start na construção de muros em volta das favelas. Esse muro da Rocinha vai medir mais de 3 km, desalojar mais de 400 famílias e custará aos cofres púbicos, leia-se NOSSO DINHEIRO, R$ 21 milhões.

Achei até muuto engracado o nome da construtora que ganhou a licitação; MIDAS.

Será que está sobrando tanto dinheiro assim? Ou esse dinheiro não seria muito mais bem empregado em educação dentro das próprias comunidades?

O que vcs acham dessa medida?

PONTO PARA AS MULHERES ITALIANAS

Italianas ameaçam deixar maridos ‘fogueteiros’ sem sexo

Elas não queriam que eles soltassem fogos de artifício no réveillon.
Ainda não foi divulgado se iniciativa na cidade de Nápoles teve sucesso.

m grupo de italianas de Nápoles ameaçou deixar seus parceiros sem sexo caso eles soltassem fogos de artifício na noite de Ano Novo. Elas chegaram inclusive a dar um nome para esse movimento: “Se Spari, Niente Sesso” (“se ‘atirar’, nada de sexo”, em tradução livre).

O objetivo, disseram, era evitar que as comemorações de fim de ano usassem fogos. Ainda não foi divulgado se a iniciativa das mulheres teve sucesso ou não.

Carolina Staiano, uma das criadoras do grupo, afirma que seu pai ficou com os movimentos do corpo comprometidos por conta de um acidente com fogos de artifício. Isso serviu como motivação para que a mãe de duas crianças reunisse outras mulheres e tentasse reduzir o problema.

Os fogos de artifício, geralmente caseiros ou importados, são muito populares na Itália e principalmente em Nápoles. Mas isso desagrada Carolina e as integrantes de seu grupo. “Há outras formas de comemorar. Se os homens não entendem isso, as mulheres devem mandá-los dormir no sofá”, continuou.